... conhecemos bem a nossa velha amiga, a nossa velha toupeira, que vai escavando lentamente as raízes da sociedade burguesa para irromper de súbito à luz do dia: a Revolução.
A frase acima é de Karl Marx. Portanto,
engana-se quem acha que o revolucionário alemão se considerava um profeta capaz
de prever data e local da revolução socialista.
No máximo, Marx acreditava que a
revolução teria maior chance de acontecer onde o capitalismo mais avançara na
época. Na Europa, especialmente. Mas não arriscava afirmar nada além disso.
Daí, sua preferência pela imagem do bicho subterrâneo.
Não à toa, a “velha amiga” viria a
colocar a cabeça para fora em lugares tão inesperados como o Império Russo, a
ancestral China e a caribenha Cuba.
Além disso, é importante entender que
o bicho representa a militância cotidiana. Heroica, pouco gloriosa e voltada
para a união das forças que lutam contra a exploração a partir dos porões da
sociedade.
A metáfora não deixa dúvidas quanto ao
fato de que ou a revolução será feita de baixo para cima ou não acontecerá. Os
que estão nas torres e balcões palacianos, ou não tiram os olhos destes lugares, podem ser pateticamente surpreendidos.
Foi o que aconteceu em junho de 2013
e vem acontecendo antes e depois disso, com muitas lutas que formam novos
militantes. Muitos deles, distantes da tradicional esquerda partidária e sindical.
Nada disso significa que estamos vivendo
um processo revolucionário. Apenas mostra o quanto é indispensável participar do
incansável trabalho da toupeira, única forma de barrar a contrarrevolução.
Contra o escorpião e o ornitorrinco,
a velha e querida toupeira.
Leia também: Para além do escorpião, o
ornitorrinco
a toupeira hoje tem outro nome: chamamos de trabalho formiguinha, ou trabalho de base
ResponderExcluirSim! Pena que anda muito raro.
ExcluirAbraço
Muito bom, está realmente aumentando o zoológico.
ResponderExcluirHoje acaba.
ExcluirAbraço