Doses maiores

7 de junho de 2017

Meirelles e a moralidade rasteira do neoliberalismo

“Andamento das reformas preocupa mais investidores que destino de Temer”. O título dessa matéria do Globo, publicada em 06/06, deveria ser suficiente para mostrar a que níveis rasos a moralidade neoliberal pode chegar.

Mas o próprio texto deixa tudo muito mais claro. Os tais investidores participaram de uma teleconferência com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, no dia anterior. Segundo o relato:

Durante a conversa, investidores brasileiros e estrangeiros perguntaram sobre o desempenho da economia e a agenda de reformas, mas em nenhum momento questionaram Meirelles sobre o impacto da saída de Temer.

“Não importa o que aconteça, a política econômica não muda”, teria sido a mensagem que ficou da reunião. E a grande esperança, a aprovação da Reforma da Previdência.

Claro que ninguém perguntou que papel desempenhou Meirelles quando era membro do Conselho Administrativo da JBS, empresa que está no centro do atual escândalo de corrupção envolvendo o presidente golpista, Michel Temer.

É que nada disso consta do código ético da lógica econômica neoliberal. Para esta, não importa que corruptos estejam no comando do País, incluindo, muito provavelmente, o ministro da Fazenda. Do mesmo modo, conta pouco que a rejeição popular a Temer ultrapasse os 80%.

O fato é que os estratosféricos valores da corrupção financeira são responsáveis pelos níveis rasteiros de atendimento nos serviços públicos, principalmente em saúde e educação. Mesmo assim, estão fora do alcance das operações da PF e do voto popular. E muito abaixo de todas as escalas do que deveria permitir a vergonha humana.

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