O capitalismo é o primeiro sistema social
da história que tem na feroz competição entre os membros de sua classe
dominante um elemento importante para sua manutenção e expansão.
Em 01/06, Pedro Otoni publicou
“O golpe em seu impasse” no portal “Outras Palavras”. O
artigo aponta uma consequência importante dessa sanha competitiva entre os
cachorros grandes do capital: a traição.
Segundo Otoni:
As delações e acordos de leniência
deram segurança jurídica para a traição, já impressa nos costumes do andar de
cima. A rasteira ganhou acabamento legal. Os açougueiros, que se tornaram
banqueiros, não deixarão ninguém de pé, desde que seus vistos estejam
garantidos para um destino acima da Linha do Equador. O capitalista particular
pode provocar o apocalipse de sua classe em troca da salvação privada de seus
bens, os donos da JBS não são exceção.
Se a traição é um modus operandi dos
capitalistas, que se intensifica em períodos de crise, o espaço para o
imponderável se amplia, as consequências de cada ação não são conhecidas
completamente por quem a executa. Este é um retrato do Brasil atual, no qual
ninguém do espectro político tradicional, com algum nível de bom-senso, pode
afirmar com certeza que estará livre nas próximas 24 horas.
Por mais imprevisível que seja a
situação, não se trata do caos, mas, antes de tudo, da convulsão do mundo real,
sempre indiferente aos nossos esforços de compreendê-lo.
O grande problema é que são os dominados as maiores
vítimas dessas convulsões. E também das traições. Estas, geralmente, não partem
dos cães graúdos, mas dos que dormem com eles e nos trazem suas pulgas.
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