Reportagem de Anis Chowdhury e Jomo Kwame Sundaram, publicada no IHU-Online em 21/05, revela que o Fórum Econômico Mundial
“qualificou a grave desigualdade de renda como o maior risco que o mundo
enfrenta”.
A matéria refere-se ao encontro anual que reúne a elite
do poder econômico mundial.
Klaus Schwab, fundador do evento, foi obrigado a
reconhecer: “Se continuarmos tendo um crescimento não inclusivo e continuarmos
com a situação de desemprego, em especial do desemprego juvenil, nossa
sociedade global não será sustentável”.
Christine Lagarde, diretora gerente do FMI, disse algo
semelhante, assim como o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, cujo maior
temor é um ambiente social que venha a “explodir, em grande medida, por causa
das desigualdades”.
A “influente revista Foreign Affairs”, do Conselho de
Relações Exteriores, avalia que a situação venha a “erodir a ordem social e
gerar uma reação popular contra o sistema capitalista em geral”.
Muito do modo como funciona essa bomba-relógio social de
alcance planetário está em “O Capital”, cujo primeiro volume foi publicado por
Karl Marx, em 1867. Exatos 150 anos atrás.
Os participantes do Fórum Econômico Mundial representam o
que há de mais poderoso no planeta. Mas nem eles conseguem deter o grande
mecanismo apocalíptico em que vai se transformando o sistema econômico mundial.
É por isso que Marx não chamou sua obra “A burguesia” ou
“Os capitalistas”. Apesar de serem estes
últimos os maiores beneficiados pelo capitalismo, não está em seu poder deter
suas consequências desastrosas.
Na verdade, são eles que precisam ser detidos. Por quem?
Marx respondeu a seu modo: pelos “proletários do mundo”. Fica a dica...
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