“Polarização nos EUA não
é entre direita e esquerda, mas entre direita e o resto”, diz o título de entrevista
publicada por Claudia Antunes no Globo, em 22/10/2018.
Quem afirma é Youchai
Benkler, codiretor do Centro Berkman Klein para a Internet, da Universidade
Harvard. Ele baseia suas conclusões em recente estudo que analisou 4 milhões de
links compartilhados nas redes sociais estadunidenses. Segundo o levantamento, “notícias
falsas são mais frequentes no ‘ecossistema midiático’ frequentado pelos mais
conservadores”.
Já quanto à esquerda:
...como
os usuários distribuem sua atenção de maneira mais ampla, e ocupam um
ecossistema midiático que tem muita checagem de dados, as histórias falsas,
seja qual for sua fonte, não sobrevivem nem se espalham com a mesma
intensidade.
A “boa notícia”, diz
ele, é que cerca de 65% da população estadunidense ainda deposita relativa confiança
no jornalismo profissional. Ou seja, nos velhos monopólios da grande mídia.
A repórter pergunta se
uma hipotética notícia do “New York Times” denunciando Trump por fraudes
fiscais chegaria às pessoas da direita. Benkler responde que não:
Se
elas chegarem a ver essa informação, ela virá filtrada pelos veículos nos quais
confiam, que vão dizer que é uma mentira. Há entre um quarto e um terço da
população para o qual uma reportagem do “New York Times” como essa não
significa nada ou, na melhor das hipóteses, é uma prova de que a mídia
tradicional está lá para pegar o Trump.
É a direita chafurdando
toda feliz em seu chiqueiro de falsidades e maledicências. O problema é quando o
chiqueiro começa a mandar no resto do mundo. Incluindo nosso triste latifúndio.
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