Doses maiores

3 de agosto de 2011

Crise: o bode saiu. Ficou a bosta

Aprovado o acordo para elevar o teto da dívida americana. Mesmo assim, as bolsas estão caindo no mundo todo.

Dizem que os “mercados” se comportam como manadas. O pânico se instala. A boiada estoura. Não sabe pra onde nem por quê. Era o que estava acontecendo antes de sair o acordo.

Acordo aprovado, vieram os números do Produto Interno Bruto americano. Crescimento de apenas 1% no primeiro semestre. O mais baixo desde setembro de 2009, auge da crise.

Os cortes previstos pelo acordo só vão piorar a situação. E crescem as ameaças de mais crise na Europa. A manada começa a trocar coices.

Obama tem grande responsabilidade. Cedeu à pressão da extrema-direita. Aceitou cortes em gastos que afetam diretamente a população. É o caso da seguridade social, principal alvo dos cortes. Um absurdo, já que os fundos da seguridade ficam em contas separadas das do tesouro americano.

A economia americana está num beco sem saída. Nada foi feito para acabar com as causas da crise que começou em 2008. Especuladores continuam a fazer estragos. Ninguém mexeu nos trilhões de dólares gastos nas guerras do Iraque e do Afeganistão. Trilhões!

As maiores vítimas são os milhões de americanos sem trabalho e moradia. São os milhares de iraquianos e afegãos mortos e mutilados. Os povos do mundo são vítimas de quem vive da especulação e da guerra.

O acordo da dívida é como o bode na sala. Levaram o bicho. Ficou um monte bosta.

Leia também: Crise: o ruim, o péssimo e o bom

Um comentário: