Quase 1,4 bilhão de pessoas vivem na China. Mas de forma muito concentrada. Somente na província de Henan mora o equivalente à metade da população brasileira. Isso se deve, em grande medida, à enorme área tomada por desertos no país.
Mais de um quarto do território chinês é inabitável. Produto da combinação entre fatores climáticos, séculos de plantio descontrolado e décadas de consumo exagerado de água. A maior população do mundo tem custos ambientais enormes. Mas esta é só uma parte dos problemas chineses.
Recente reportagem do canal australiano SBS revela a existência de cidades novas e praticamente desertas no país. As imagens mostram ruas vazias, lojas fechadas, escadas rolantes paradas. Há edifícios públicos, hotéis, parques e apartamentos. A grande maioria sem moradores, clientes ou inquilinos.
Uma dessas cidades é Daya bay. Cerca de 70% de seus edifícios recém-construídos estão vazios. Um apartamento na cidade custa entre 17 e 100 mil dólares. O salário médio anual da população chinesa não passa de 6 mil dólares.
Um especialista no setor imobiliário diz que são 64 milhões de imóveis vazios no país. E atribui o fenômeno à necessidade de manter um “aumento fictício do PIB”. Segundo ele, trata-se dos efeitos de uma “economia de comando”. A ordem para construir vem de cima e é obedecida. Haja ou não demanda.
Tudo isso é receita certa para o estouro de uma bolha imobiliária no país. Algo parecido com o que aconteceu nos Estados Unidos, mas, talvez, ainda mais grave. É a economia de comando imitando a economia de mercado.
Veja a reportagem aqui.
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