Um dos aspectos destacados pelo canadense é a importância da biodiversidade. Segundo Mooney:
O sistema de agricultura industrial trabalha com, no máximo, 150 variedades de alimentos. No entanto, o foco principal deles está em 12 variedades. Eles alegam que se puderem fazer uma engenharia dessas 12 variedades, resolvem a questão da alimentação. Enquanto isso, a rede mundial de agricultura camponesa trabalha com sete mil espécies. Então, quem vocês acham que vai nos dar as maiores chances de nos alimentar diante das mudanças climáticas?O que ele quer dizer com isso? Provavelmente, que quanto maior a diversidade, menores os prejuízos com mudanças bruscas no ambiente. Por exemplo, uma determinada região pode passar de úmida a seca em pouco tempo. Isso poderia inviabilizar o cultivo de várias espécies nativas daquele ambiente. Mas elas poderiam ser substituídas por outra espécie, mais adequada ao novo clima.
No entanto, o meio mais rápido de responder a essa situação seria recorrer à biodiversidade do planeta. Já a solução favorita do agronegócio é a adaptação genética das plantas. Um processo muito mais caro e imprevisível. Sem falar que sua lógica é a mesma que vem causando as desastrosas alterações no clima do planeta.
Além disso, maior diversidade oferece mais chances de que algumas de suas espécies sobrevivam. E estas poderiam se tornar uma nova fonte de recursos. Isso não acontece em relação à monocultura promovida pelos monopólios de alimentos e insumos. São grandes extensões com apenas uma espécie. Se esta desaparecer, dificilmente será substituída rapidamente por outra.
Este é apenas um dos aspectos levantados por Mooney. Há muitos outros igualmente importantes. Por isso, vale a pena ler a reportagem na íntegra: “Apenas a agricultura camponesa vai alimentar o mundo no momento de crise”, diz especialista.
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