As belezas naturais cariocas são inegáveis, é verdade. Mas são para poucos. É o que revela reportagem do caderno “Razão Social”, de O Globo, publicado em 28/02. A matéria cujo título é “Índice verde do Rio revela cidade partida” diz:
Cálculo inédito da prefeitura mostra que, enquanto na Baixada de Jacarepaguá há 145 m2 de cobertura florestal por habitante, na Zona Norte o índice é de apenas 3,44.O texto afirma também que:
São 80 os bairros que já possuem menos de 1% de cobertura vegetal nativa de Mata Atlântica e 63 estão na Zona Norte.Por outro lado, pesquisa realizada em 2007 pela UniverCidade concluiu que metade dos cariocas nunca foi ao Pão de Açúcar, 40% nunca foram ao Corcovado e 45% jamais visitaram o Jardim Botânico.
Bem longe do quesito belezas naturais, há outros dados. Muito feios, segundo a edição de O Globo de 02/03:
Na comemoração do aniversário de 447 anos da cidade do Rio de Janeiro, pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde em 01/02, o município aparece em último lugar em relação aos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).Pode parecer estranho que a divulgação de tais dados seja feita exatamente por quem promove todo o “oba-oba” em torno da cidade. Mas é assim que a grande mídia mostra como sabe fazer cabeças.
Festejos são exibidos no atacado. No varejo, as contradições. Em geral, para que o povo confie mais na grande imprensa e menos nos governantes que ela própria ajudou a eleger.
Enquanto for assim, fica valendo o Rio exibido pelas novelas da Globo. O resto é que é fantasia.
Leia também: O Rio no cinema: fofura e violência
Bom dia Sergio!O Brasil é feito de contrastes e isso de forma alguma tira a importância ou necessidade do seu olhar crítico sobre esta cidade,tão inteira e tão partida,tão imperfeita na sua perfeição.Uma coisa,entretanto,eu te garanto:Apesar de tudo e com tudo,mesmo com as terríveis consequências da cizânia social e econômica,o Rio ainda é um dos poucos lugares onde os prós pesam mais do que os contras,não por seus governantes,que não fogem a regra da ganância ou da manipulação da imagem,mas,por seu povo,que longe de ser "cordial",demonstra inegável sabedoria na hora de lidar com as dificuldades e limitações tão corriqueiras neste imenso país povoado por diferentes "Brasis".Abraços,Anna Kaum.
ResponderExcluirAlô, Alô, Anna. Concordo inteiramente. Sou paulista, mas moro aqui há 5 anos e gosto cada vez mais do povão que tem por aqui, cheio de cearenses, pernambucanos, paraibanos, baianos, mineiros e aprendi a gostar até de paulistas e cariocas.
ResponderExcluirBração!