Os petistas argumentavam que o pagamento das aposentadorias do serviço público é obrigação do Tesouro Nacional. Diante do calote deste, o dinheiro acaba saindo do regime geral de previdência. Portanto, o déficit é do Tesouro e não do INSS.
No governo, os petistas passaram a aceitar a trapaça tucana. Cobrado pela incoerência, Lula disse que a atitude anterior não passava de "bravata" de oposição. A palavra vem do italiano e quer dizer “provocação”. Mas as verdadeiras razões da mudança de posição são outras.
A falácia tucana tinha três objetivos. Primeiro, jogar os trabalhadores do setor privado contra os do setor público. Segundo, desviar a atenção do enorme rombo do próprio Tesouro Nacional. Por fim, justificar a criação de um fundo de previdência para os servidores, em proveito do mercado financeiro.
Em recente audiência no Senado, a Coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, explicou a situação. Segundo o boletim da entidade:
Refutando o argumento oficial de que os servidores seriam os vilões das contas públicas (e que por isso teriam de aceitar a entrega de suas aposentadorias para os fundos de pensão), Fattorelli mostrou que o verdadeiro problema do orçamento é a dívida pública, que consumiu 45% do orçamento federal em 2011. Fattorelli também mostrou em sua exposição a recente nota do Itaú-Unibanco em defesa da aprovação do Projeto, mostrando que são os bancos os verdadeiros interessados nesta proposta.Infelizmente, há poucas chances de que o apelo de Fattorelli seja ouvido. A palavra “déficit” vem do francês e pode ser entendida como saldo negativo. Exatamente a situação em que se encontra a moral das lideranças petistas.
Por fim, Fattorelli pediu coerência a senadores do PT (...) que no ano 2000 votaram contra uma proposta idêntica feita pelo governo FHC.
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