Doses maiores

13 de dezembro de 2012

Só denunciar golpismos não resolve, diz petista

A mais recente onda de denúncias contra o PT assusta os governistas. No editorial “Aonde eles pretendem chegar?” Mino Carta diz sentir um sombrio clima de golpe. E se surpreende com o envolvimento de empresários: “Personalidades aparentemente voltadas aos interesses do País”.

Emir Sader no artigo “As raízes do golpismo da direita brasileira” afirma: “Quem não tem povo, apela para métodos golpistas, ontem com os militares e a mídia, hoje com a mídia e o Judiciário”. Ambos parecem esquecidos das avaliações que grande parte da esquerda fez sobre uma das principais razões do golpe de 1964: a confiança no inimigo. 

João Goulart, Brizola, Luis Carlos Prestes acreditavam no “dispositivo militar” e no movimento sindical. Qualquer golpe da direita seria derrotado por tropas leais e uma greve geral. Na verdade, todos confiavam na lealdade dos militares. Mas estes estavam ocupados demais preparando o golpe.

O golpe que Sader teme viria da grande mídia, que vem sendo alimentada por astronômicas verbas federais. E aconteceria sob o olhar omisso do Judiciário, que teve a maioria de sua cúpula indicada por governos petistas. Quanto aos empresários que decepcionam Carta, vivem dos gordos financiamentos do BNDES.

Melhor ouvir um equilibrado e insuspeito petista. Trata-se de Ricardo Kotscho, ex-assessor de Lula:

É preciso ter a grandeza de vir a público para tratar francamente tanto do caso do mensalão como do esquema de corrupção denunciado pela Operação Porto Seguro, a partir do escritório da Presidência da República em São Paulo, pois não podemos eternamente apenas culpar os adversários pelos males que nos afligem. Isso não resolve.


Um comentário:

  1. Década de 60 é uma coisa, , década de 10 é outra bem diferente. Eu fico pra entender com um cara do nivel do Sader pode descer tão baixo. Eu tem vergonha por ele.

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