Mas
isso não deve mudar muita coisa. A grande maioria das pessoas parece esperar
avidamente que tudo acabe numa imensa bola de fogo.
A
ideia de que haverá um fim dos tempos é produto das religiões monoteístas
ocidentais. Para judaísmo, cristianismo e islamismo, um dia o mundo acaba e
todos são julgados por suas ações. Os inocentes irão para o paraíso e os
condenados arderão no inferno.
Até
a Idade Média, essa ameaça apavorava as pessoas. Na era do espetáculo,
tornou-se um evento festivo. No Facebook, por exemplo, muita gente já confirmou
presença.
Durante
palestra da série “O futuro não é mais como era”, José Miguel Wisnik, abordou a
atração que o Apocalipse exerce sobre o público contemporâneo. Fascinação que pode ser medida pelo sucesso
dos filmes de catástrofes.
Para
Wisnik, isso aconteceria porque o capitalismo impõe um ritmo intenso, sem
descanso e sem sentido. O comércio de mercadorias só teria por finalidade fazer
circular dinheiro e finanças. O consumo leva a um acúmulo de dívidas, não de
bens necessários. O lazer ficou reduzido a mais um momento para consumir.
Diante
desse frenesi desgovernado, o fim dos tempos aparece com um momento de alívio. Seria
um definitivo encerramento das atividades. Férias sem fim, aposentadoria
apocalíptica. Ou seja, quase uma esperança. Só falta que os maias venham nos
frustrar!
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