Com
razão, a grande imprensa culpa a liberdade para comprar armas de fogo no país.
Mas há uma pergunta a ser feita. Por que esses massacres acontecem principalmente
em escolas ou universidades?
É
o que indica Francisco Carlos Teixeira em artigo publicado na Carta Maior, em
15/12. Em "Mass Murder" nas escolas: aconteceu...mais uma vez!” ele
contabiliza “177 ataques contra ‘High Schools’ (a partir de 1853) e 111 outros
contra ‘Elementary schools’, incluindo o atual ataque”.
Jornalistas
falam na necessidade de regras mais rigorosas no comércio de armas. Exigir antecendentes
criminais dos compradores, por exemplo. Mas muitos dos assassinos tinham como
antecedentes sua própria ficha escolar nos lugares em que cometeram seus
crimes.
Ao
contrário do que acha o senso comum, a maior função das escolas não é
ensinar. Desde os estudos de Michel Foucault, sabemos que elas existem
principalmente para disciplinar. O filósofo francês mostrou como as escolas se
baseiam nas prisões. Sua lógica é a da vigilância e controle. Algo bem distante
do que seriam os objetivos da pedagogia.
As
escolas não são culpadas pela loucura assassina de uns poucos. Mas não deveriam
ser o lugar para onde alguns de seus próprios alunos voltam para matar. Talvez,
a indisciplina dos alunos não seja o maior problema das escolas. Elas é que
podem estar se tornando um grande problema para seus alunos e, portanto, para o
restante de nós.
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