“Empresas
verde-amarelas redescobrem o país e, juntas, desbancam Portugal do posto de
maior investidor estrangeiro”. É assim que o caderno “Amanhã” de O Globo resume
a forte presença de empresas brasileiras em Moçambique.
Publicada
em 11/12, a matéria mostra todo o poder do capital sediado no Brasil em terras
moçambicanas. Vale, Camargo Corrêa e Odebrecht, à frente. A primeira explorando
carvão e as outras construindo obras gigantescas. Muito provavelmente,
provocando as mesmas tragédias sociais e ambientais que cometem aqui e em
outros lugares do mundo.
Como
se não bastasse, “o agronegócio está virando a mais nova frente de atividade
para os empresários brasileiros”, diz a reportagem. Os reis da soja, milho e
algodão estão de olho em seis milhões de hectares. As terras pertencem ao
Estado e o governo escolheu o capital “verde e amarelo” como favorito para explorar
essa imensidão territorial.
A
matéria fala do grande potencial da savana moçambicana. Considerada semelhante
ao cerrado brasileiro, ela receberá o “Pró-Savana”, da Embrapa. Um programa de
cooperação que repetirá o que foi feito no Centro-Oeste brasileiro: “a
implantação de monoculturas voltadas à exportação”.
O
resultado desta opção para o nosso cerrado foi um desastre. A destruição de
grande parte de sua fauna e flora nativas. A cientista política Ana Saggioro
Garcia foi ligeiramente citada na reportagem. Lembrando o título do livro de
Eduardo Galeano, ela disse: “A sensação é a de ‘veias abertas’ da terra, sendo
sugadas, indo para fora”.
É
o Imperialismo Jr. brasileiro substituindo os colonizadores portugueses. E com
ajuda de um governo de esquerda. Que o povo moçambicano nos perdoe tamanha
vergonha.
Leia
também: Estragos
do imperialismo jr. brasileiro
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