O Globo publicou, hoje, o
editorial “Vandalismo, democracia e fascismo”. Verdadeira lição de distorção conservadora
em favor dos interesses mais poderosos do País.
O texto começa dizendo que
houve “queda no apoio às manifestações” devido à ação dos black blocs.
Realmente, pesquisa Datafolha teria mostrado uma diminuição de 89% para 66%
desde junho. Mas a interpretação dos números deveria ser bem diferente. Apesar
de todo o bombardeio da grande imprensa contra a resistência dos manifestantes
à violência policial, pelo menos 2/3 dos entrevistados continuam a apoiá-los.
O editorial cobra firme combate
do Estado às ações de “vandalismo”, ainda que com “baixo grau de letalidade”. Mas
como vidraças, lixeiras, ônibus e viaturas não podem ser ameaçados, a ocorrência
de mortes é considerada um “risco que está presente”.
“Entre as imagens que ficarão
destes tempos”, diz o texto, a foto do coronel da PM paulista “sendo espancado
por black blocs”. Ou seja, as centenas de imagens de manifestantes sendo linchados
por hordas de policiais permanecerão nas redes virtuais, distantes da enorme audiência
desconectada.
O Globo manifesta espanto diante
do apoio de “professores sindicalistas” aos black blocs. Como se a decisão tivesse
sido aprovada por uma dúzia de lideranças e não por milhares de grevistas, testemunhas
e principais vítimas da violência nas manifestações.
Por fim, o texto chama de fascismo a “prática de perseguir e agredir fisicamente” aqueles que são considerados
inimigos. A descrição é muito mais adequada às ações da polícia, não às de suas
vítimas. E o editorial do Globo se revela como a crônica que justifica o
caráter fascista de toda essa violência.
Leia também: O Yellow Bloc
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