Em 15/10, houve mais de 240 prisões
entre os participantes da manifestação em apoio à greve dos professores no Rio
de Janeiro. Vários deles foram enquadrados na Lei do Crime Organizado,
recentemente aprovada para tentar criminalizar os participantes das grandes
manifestações que começaram em junho.
Entre os presos, havia
integrantes dos Black Blocs, cuja atuação não se resume a destruir vidraças e
fachadas. As imagens postadas nas redes virtuais mostram a função defensiva
desses grupos contra a selvagem violência policial que se abate sobre os
manifestantes. Entre os detidos, também havia militantes que estavam acampados
na escadaria da câmara municipal carioca. Uns e outros jamais podem ser
considerados terroristas ou membros de quadrilha, como querem as autoridades
policiais. Sua motivação é política e assim deve ser julgada.
A justificação em larga
escala para essas prisões vem sendo feita pela grande imprensa. A capa de O
Globo de 17/10, por exemplo, chamava de vândalos aos detidos. Caracterização que
despolitiza a atuação dos militantes presos. Mas nada disso pode surpreender. Grande
mídia e aparelho judiciário apenas cumprem sua principal tarefa: defender a
ordem, mesmo à custa da liberdade de manifestação e de expressão.
O que causa verdadeira
revolta é atitude de alguns políticos de plantão. Entre eles, muitos que enfrentaram
situação semelhante em seu passado de lutas. Que preservaram sua dignidade, mesmo
quando seus corpos eram barbaramente torturados. Que encararam com coragem carrascos
que, hoje, se escondem covardemente.
Não há porque duvidar que continuem
sendo pessoas corajosas. Mas politicamente se acovardaram. Amarelam do medo
de perder seus cargos e projetos políticos nanicos. Formam um desprezível "Yellow Bloc".
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