A educação política dos trabalhadores sempre esteve
entre as grandes preocupações dos revolucionários. Desde comunistas como Marx,
Engels, Lênin, Trotsky, Rosa e Gramsci aos anarquistas Goodwin, Proudhon e
Bakunin.
Entre nossos militantes da educação para a
liberdade, destacam-se Dermeval Saviani e Paulo Freire.
Saviani, por exemplo, definia a pedagogia contra-hegemônica como um processo
que procura:
...
desarticular dos interesses dominantes aqueles elementos que estão articulados
em torno deles, mas não são inerentes à ideologia dominante e rearticulá-los em
torno dos interesses populares, dando-lhes a consistência, a coesão e a
coerência de uma concepção de mundo elaborada, vale dizer, de uma filosofia.
Ou seja, valores como solidariedade, justiça,
igualdade não são propriedade da classe que mais os proclama e jamais os coloca em prática. Foram sequestrados por quem quer dourar sua dominação. A atividade
educativa de contestação deve resgatá-los desse cárcere a serviço de interesses
privados. Colocá-los à disposição dos únicos interessados na derrubada da ordem
social atual: os que são explorados e oprimidos por ela.
Para Paulo Freire, somente na medida em que se
descubram “hospedeiros do opressor”, os oprimidos poderão contribuir para o
“partejamento de sua pedagogia libertadora”. Mas ele também adverte:
O
caminho, por isto mesmo, para um trabalho de libertação a ser realizado pela
liderança revolucionária não é a “propaganda libertadora”. Não está no mero ato
de “depositar” a crença da liberdade nos oprimidos, pensando conquistar a sua
confiança, mas no dialogar com eles.
Com tal afirmação, Freire dizia pretender apenas “defender
o caráter eminentemente pedagógico da revolução”. Postura que permite deduzir a
permanente condição de aprendiz que todo revolucionário deve assumir.
Leia também:
A inquietação e a dúvida que tem me causado a questão dos Black Blocs é uma prova do que diz esta pílula. Se tanta gente que admiro politicamente e pessoalmente vê pertinência na tática dos meninos, ao mesmo tempo, tenho dificuldade de enxergar o mesmo que estes valorosos companheiros. Sou aprendiz, portanto...
ResponderExcluirConcordo com você. Tenho a mesma dificuldade.
ExcluirE isso aí, Maurão. Somos todos aprendizes se quisermos continuar sendo partidários da revolução. Também tenho muitas dúvidas quanto aos Black Blocs e mascarados em geral, mas elas se dissipam cada vez que a polícia dispara tiros e solta gases e seus vermes são flagrados infiltrados nas manifestações.
ResponderExcluirBração, camarada!
Valeu, Serjão!!!
ResponderExcluir