Em 14/05, O Globo publicou na
capa: “Rotina de indisciplina explica nota vermelha do ensino no Brasil”. A
matéria aborda uma pesquisa feita com diretores de escolas pelo Programa
Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) em 2012.
Dados “tabulados com
exclusividade” pela Fundação Lemann apontariam fatores importantes para a “baixa
qualidade“ da educação no Brasil. Entre eles, “evasão, atraso e falta a aulas
por alunos e professores, uso de álcool e drogas por estudantes, bullying e
falta de respeito com os docentes”.
Nenhuma palavra sobre os
péssimos salários dos trabalhadores e a falta de estrutura do setor. O que
interessa é denunciar a indisciplina no ambiente escolar. Pretensão confirmada
pela opinião de um professor do ensino médio.
O educador dá aulas em uma
escola pública de Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Ele reclama da falta de
respeito dos alunos em relação aos docentes e diz com a maior naturalidade:
A agressividade e a falta de
respeito atrapalham os alunos bons que querem participar, mas ficam cansados
com essas situações. A grande maioria atrapalha os outros.
Em outras palavras, a escola estaria
muito bem se a grande maioria de seus alunos não atrapalhasse. Na verdade, é
exatamente o comportamento dessa maioria que atesta a falência desse modelo escolar.
Um modelo disciplinador, inspirado nos quartéis, mosteiros e hospícios.
Ao contrário do que diz a reportagem,
a saída para esta situação virá da rebeldia que o próprio sistema provoca. Não
a revolta cega, nem a que atinge professores e outros profissionais da
educação. Mas aquela que liberta a criatividade necessária a qualquer
verdadeiro processo de aprendizado.
Leia também: Educação
e escolas têm pouco em comum
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