Alguns setores da esquerda
defendem o apoio à luta dos policiais militares por seus direitos.
Principalmente para os soldados rasos, que são os que mais sofrem com a
disciplina militar de seu trabalho. Um regime que inclui castigos físicos, prisões
sem direito a defesa e proibição de organização sindical.
Também há quem considera os
policiais como trabalhadores comuns. Mas eles não apenas atuam na repressão às
lutas de outros trabalhadores. Também cometem atos brutais contra pobres,
negros e militantes sociais. E, na maioria das vezes, desempenham estas duas
funções de forma ilegal.
Na verdade, as corporações
policiais agem cada vez mais como gangues criminosas apoiadas por governantes,
parlamentares e juízes. Mas se é assim, precisamos tratar essa criminalidade como
a esquerda sempre tratou. Atacar principalmente suas raízes, não apenas suas
consequências.
Uma das principais causas da criminalidade
na polícia é sua militarização. Ela é a base de uma máquina feita para
massacrar explorados e oprimidos, que também esmaga entre suas engrenagens os
próprios policiais. Ao mesmo tempo, esse maquinário pesado atravanca o caminho para
qualquer transformação social no Brasil.
As forças populares jamais
terão poderio bélico para enfrentar abertamente esse aparato repressivo. Nossa
melhor possibilidade consiste em tentar neutralizar ao máximo sua ação violenta
e criminosa. A desmilitarização da polícia seria um passo importante para alcançar
esse objetivo.
Há no Congresso uma proposta
de Emenda Constitucional com esse objetivo. Dificilmente será aprovada. E se
for, pode ser simplesmente ignorada. Somente uma disposição ao motim no
interior dos próprios quartéis pode mudar esse quadro. Algo que a esquerda não pode
produzir, mas deveria se preparar para apoiar.
Leia também: Panteras Negras: contra a polícia, a legalidade armada
Nenhum comentário:
Postar um comentário