O sindicalista sul-africano
Eddie Cottle concedeu entrevista a André Antunes para o número 33 da Revista
Poli. Ele é diretor da Internacional dos Trabalhadores da Construção e da
Madeira. O tema do depoimento foi o impacto da realização da Copa do Mundo de Futebol
nos países em que é realizada.
A experiência sul-africana não
foi nada positiva, diz Cottle. Segundo ele, o evento contribuiu para o aumento
da desigualdade no país e serviu basicamente para encher de dinheiro os cofres
da Fifa e dos empresários envolvidos nas obras e atividades do torneio. Enquanto
isso, o governo da África do Sul arcou com gastos que aumentaram 1.709% em
relação ao cálculo inicial.
Mas Cottle também mostrou
dominar o cenário brasileiro. Disse, por exemplo, que no Brasil, entre 2011 e
2013, 25 greves foram realizadas, envolvendo cerca de 30 mil trabalhadores nos
estádios. As conquistas desses movimentos variaram muito. Cottle cita aumentos
de 30% a 70% no vale-refeição, e entre 60% e 100% no pagamento de horas extras,
vales-transportes, seguro-saúde etc.
Enquanto isso, os patrões nadam
em dinheiro. O custo das obras já aumentou 327%, atingindo 3,6 bilhões de
dólares, caminhando para ser o mais alto na história das Copas.
O governo e a mídia falam
muito em “legado da Copa”. Em obras de mobilidade urbana, equipamentos
esportivos, infraestrutura de transporte. Que tudo isso não passa de papo
furado, já ficou claro. Mas ainda é possível esperar um outro tipo de herança, muito
mais positivo. São as manifestações e greves. É a demonstração de que há muita disposição
de luta entre o povo brasileiro.
Acesse a entrevista, clicando aqui
Leia também: Na Copa, democracia racionada, repressão abundante
Fora as desocupações forçadas, de moradores de favela, promovido pelo Estado, a fim de "higienizar" as cidades para a burguesia estrangeira. É pra acabar!!!
ResponderExcluirÉ isso aí, Eiji.
ExcluirAbraço