Doses maiores

2 de junho de 2014

E por falar em Copa, ouçamos Gonzaguinha

Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior era filho do Gonzagão, o rei da música nordestina. Mas Gonzaguinha também tem um respeitável repertório. Morreu muito cedo, em 1991, aos 45 anos, num acidente automobilístico.

Durante a ditadura militar, usou sua voz corajosa contra o autoritarismo que reinava. Algumas de suas canções, infelizmente, continuam atuais. É o caso de “Pequena memória para um tempo sem memória”. Com os carrascos da ditadura ainda à solta e muitas de suas vítimas desaparecidas, a letra da canção ainda faz muito sentido:

Humilhados e ofendidos
Explorados e oprimidos
Que tentaram encontrar a solução
São cruzes sem nomes, sem corpos, sem datas
Memória de um tempo onde lutar por seu direito
É um defeito que mata.

Outra música quase perfeita para o atual momento é “E por falar no Rei Pelé”:

Craque mesmo é o povo brasileiro
Corre em campo, se esforça o tempo inteiro
Vai pra ponta e centra e cabeceia
E ele mesmo é o goleiro que escanteia
E o gandula que apanha no fosso a pelota
E a galera que a equipe incedeia

Craque mesmo é o povo brasileiro
Carregando esse time da terceira divisão
Nesse jogo sem gol, mas que emoção,
Couro cru também é um mata fome!
Sempre um bamba se esquece
E a bola come
Sempre um morre,
É falta de indigestão

Craque mesmo é o povo brasileiro
Com os homens em cima na marcação
Transformando a partida em pedreira
Uma rinha sem gol, mas que emoção
Na redonda ele se atira qual leão
Tá pensando que é um prato cheio de feijão
E não é não!

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