Luiz Gonzaga do Nascimento
Júnior era filho do Gonzagão, o rei da música nordestina. Mas Gonzaguinha
também tem um respeitável repertório. Morreu muito cedo, em 1991, aos 45 anos, num
acidente automobilístico.
Durante a ditadura militar,
usou sua voz corajosa contra o autoritarismo que reinava. Algumas de suas
canções, infelizmente, continuam atuais. É o caso de “Pequena memória para um
tempo sem memória”. Com os carrascos da ditadura ainda à solta e muitas de suas
vítimas desaparecidas, a letra da canção ainda faz muito sentido:
Humilhados e ofendidos
Explorados e oprimidos
Que tentaram encontrar a
solução
São cruzes sem nomes, sem
corpos, sem datas
Memória de um tempo onde
lutar por seu direito
É um defeito que mata.
Outra música quase perfeita para
o atual momento é “E por falar no Rei Pelé”:
Craque mesmo é o povo
brasileiro
Corre em campo, se esforça o
tempo inteiro
Vai pra ponta e centra e cabeceia
E ele mesmo é o goleiro que
escanteia
E o gandula que apanha no
fosso a pelota
E a galera que a equipe
incedeia
Craque mesmo é o povo
brasileiro
Carregando esse time da
terceira divisão
Nesse jogo sem gol, mas que
emoção,
Couro cru também é um mata
fome!
Sempre um bamba se esquece
E a bola come
Sempre um morre,
É falta de indigestão
Craque mesmo é o povo
brasileiro
Com os homens em cima na
marcação
Transformando a partida em
pedreira
Uma rinha sem gol, mas que
emoção
Na redonda ele se atira qual
leão
Tá pensando que é um prato
cheio de feijão
E não é não!
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