Maria Helena Moreira Alves, professora aposentada
da UERJ, acaba de lançar o livro “Vivendo no fogo cruzado”. A obra estuda as
consequências da instalação das Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) em
favelas cariocas.
Em maio, ela concedeu entrevista à revista
“Poli”, da Escola José Venâncio, da Fiocruz. Entre muitas outras informações
importantes, Maria Helena revela, por exemplo, que as UPPs se inspiraram em
operações do exército estadunidense na Guerra do Vietnã.
Perguntada sobre as recentes
manifestações de repúdio das comunidades pobres contra as UPPs, a professora
afirmou: “as pessoas reagem quando começam a perder seus filhos”. Ainda que
este não seja o único fator, certamente pesa.
Enquanto isso, muito longe dessa realidade
e do outro lado do Atlântico, as coisas não estão muito melhores. “Medidas de
austeridade na Europa levam 800 mil crianças à pobreza, aponta OIT”. Este é o
título de matéria publicada no site Opera Mundi, em 03/06.
Trata-se de conclusão do Relatório sobre
Proteção Social no Mundo 2014/2015. Seus números dizem que, em 2012, 123
milhões de pessoas da União Europeia estavam em risco de pobreza ou exclusão
social, incluindo as 800 mil crianças que passaram a viver na pobreza desde
2008.
Na Roma Antiga, os proletários eram aqueles
que nada tinham de seu a não ser sua prole. Marx afirmou que os modernos
proletários “nada têm a perder a não ser suas correntes”. Por isso, deveriam
conquistar o mundo.
De qualquer forma, o animal humano vai se
especializando no sacrifício de suas próprias crias. Na renúncia a seu próprio futuro.
Cada vez mais urgente que correntes sejam rompidas.
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apocalipse nunca foi marxista
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