Desde 2016, pelo menos, vários especialistas preveem a ocorrência de um novo surto da crise de 2008. Não se trata apenas de analistas marxistas ou de esquerda. Muita gente do mercado financeiro e do próprio FMI vinha alertando para uma nova e poderosa recessão mundial.
Afinal, todas as causas que levaram ao colapso de 2008 seguem em plena operação. E os empregos continuaram sendo poucos ou muito mal pagos ou ambos. A desigualdade social mantém firme trajetória ascendente.
A dúvida era sobre qual seria o gatilho que detonaria essa nova etapa da crise: dívidas empresariais, guerra comercial entre Estados Unidos e China, estagnação chinesa, novas bolhas especulativas, ausência de demanda por petróleo?
Só não se considerava a possibilidade de um colapso ambiental. Pelo menos, não em prazo tão curto.
E eis que chegou o coronavírus-19.
Trata-se de um fenômeno causado pela destruição ambiental promovida pelo capitalismo e potencializado por suas características perversas. Entre elas, a enorme desigualdade social e o lucro acima de tudo retardando ou bloqueando a adoção imediata das medidas sanitárias necessárias.
A questão é que a pandemia não substituiu ou cancelou os outros problemas. Ao contrário, há muitos outros gatilhos prontos para disparar.
Por exemplo, essa crise pandêmica pode levar ao deslocamento definitivo do eixo geopolítico mundial para a China graças a sua aparente recuperação econômica rápida. Um personagem como Trump estaria disposto a aceitar tal mudança?
Tudo isso lembra bastante a situação causada pela crise de 1929, à qual o capitalismo respondeu da única maneira que sabe: a sangrenta barbárie da Segunda Guerra Mundial. Não nos faltam nem os fascistas no poder.
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Muito bom. Forte e contundente. Bjs.
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