Doses maiores

5 de maio de 2020

Nas trevas da pandemia, velas, lanternas e um lança-chamas

Em 05/05/2020, foram registrados 7.921 óbitos e 114.715 casos confirmados de coronavírus-19 no País. Nas 24 horas anteriores, o número de mortes chegou a 600.

Três capitais já haviam adotado “lockdown”: Belém, Fortaleza e São Luiz. Nestes lugares o sistema de saúde está em colapso ou muito próximo dele. Mas não são os únicos.

Lockdown é o fechamento completo dos estabelecimentos comerciais e de serviços, exceto aqueles considerados essenciais. Mas mesmo estes terão seu acesso controlado para impedir aglomerações.

A adoção desse tipo isolamento começa a ser recomendado por muitos especialistas sérios. Entre eles, Átila Iamarino, o biólogo especializado em microbiologia e virologia, cujo canal no youtube vem batendo recordes de acessos.

Em seu mais recente vídeo, Iamarino afirma que o Brasil iniciou no momento certo a adoção do isolamento social. Mas acabou permitindo o seu afrouxamento.

Assim, persistindo a atual situação, devemos ultrapassar 1 milhão e 100 mil mortes, nos restando apenas a esperança de atrasar ao máximo a chegada a este número.

Quando as autoridades sanitárias brasileiras começaram a adotar as primeiras medidas, diz Iamarino, a pretensão era substituir a vela, que ilumina apenas suas proximidades, pela lanterna, capaz de clarear mais longe e em várias direções. Mas concretizar essa troca dependia da realização em massa de testes e do reforço do isolamento.

Como nada disso ocorreu, diz ele, “não só voltamos a ficar no escuro, como estamos começando a tropeçar em corpos”.

Diante dessa situação, resta pouco a dizer. A não ser que precisamos urgentemente arrancar de Bolsonaro o lança-chamas com que ele vem transformando grande parte do País em um campo calcinado.

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