Em abril de 1989, estudantes de Pequim começaram a organizar manifestações contra a crise econômica provocada por medidas tomadas pelos dirigentes chineses. Em especial, dando mais espaço para as empresas privadas e cortes de direitos trabalhistas.
Em maio, a recém-formada Federação Autônoma dos Trabalhadores de Pequim divulga uma carta aberta, afirmando:
Avaliamos cuidadosamente a exploração dos trabalhadores. “O capital” de Marx nos deu um método para entender nossa situação. Do valor total da produção, deduzimos salários, despesas de investimento, previdência social, investimentos sociais necessários, depreciação de equipamentos e despesas para sua substituição. Para nossa surpresa, descobrimos que os burocratas devoram o resto do valor produzido pelo sangue e suor das pessoas.
Em 13 de maio, os estudantes ocupam a Praça da Paz Celestial. Dias depois, a Federação declara que, se as exigências dos estudantes não fossem atendidas em 24 horas, seria convocada uma greve geral. As exigências dos alunos são rejeitadas pelo governo e a lei marcial é estabelecida.
Os estudantes, porém, são contra a greve. O fato é que os dois grupos sociais foram incapazes de forjar uma forte aliança por causa da relutância dos estudantes. Somente no final de maio, quando a violência governamental aumentou, os estudantes permitiram que a federação dos trabalhadores se juntasse à ocupação.
Mas já era tarde. O município de Pequim instruiu todas as empresas a reduzir os salários dos participantes dos protestos. E em 4 de junho, ocorre o massacre da Praça da Paz Celestial, pondo fim a toda resistência.
Na próxima pílula, mais relatos como este, retirado do livro “China: um capitalismo de burocrático”, de Au Loom Yu.
Leia também: A China inicia sua convivência amistosa com o capitalismo
Bom, muito bom. Todos conhecemos as famosa manifestações da Praça da Paz Celestial, mas, pelo menos eu, não conhecia todos os aspectos envolvidos nela fora da visão da grande imprensa brasileira da época. O que me chamou mais a atenção foi o racha entre estudantes e trabalhadores. Que coisa, gostaria de conhecer mais os motivos.
ResponderExcluirNo livro dá a entender que os estudantes estavam com medo de que uma participação maior dos trabalhadores radicalizaria demais as coisas. Atrairia muita repressão. Talvez, fique mais claro na próxima pílula.
Excluir