É preciso ter cuidado com expectativas muito otimistas quanto a uma derrota do governo Bolsonaro nas próximas eleições. Já comentamos as entrevistas concedidas por Marcos Nobre, que advertem para a forte possibilidade de uma reeleição. Mas há outras boas análises nesse sentido.
É o caso de um artigo de Paulo Nogueira Batista Jr. Nele, o economista aponta alguns fatores econômicos para que Bolsonaro seja reeleito. Para começar, um expressivo aumento do PIB. Exatamente por partir de uma base extremamente baixa, qualquer elevação substantiva pode causar uma sensação de melhora inflacionada.
Por falar nisso, é bom lembrar que o teto de gastos do governo é corrigido pela inflação. A inflação elevada deve proporcionar folga orçamentaria suficiente no próximo ano para que Bolsonaro aprove um “Bolsa Família para chamar de seu”. Ainda que se mostre inviável mantê-lo depois da eleição, o estrago já estaria feito.
Outro fator importante é a atual alta dos preços das commodities exportadas pelo Brasil. Provavelmente, trata-se de um ciclo curto, mas seus efeitos podem perdurar até a época das eleições.
Por fim, o economista acha que boa parte da economia já se adaptou à pandemia. Adaptação cruel, com desemprego, precarização, salários baixos, muita doença e mortes. Mas esse tipo de adequação infelizmente nunca foi novidade em nossa história.
Batista Jr. admite que podem ocorrer muitas coisas que joguem todas essas previsões por terra. Mas, pelo sim, pelo não, acredita que o momento é de “partir para a jugular de Bolsonaro”. Ou seja, manter e ampliar as mobilizações e protestos. Quanto a isso, total acordo.
Traremos outras análises a seguir.
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