Era 7 de outubro de 1934, Praça
da Sé, São Paulo. Os fascistas da Ação Integralista se preparavam para realizar
uma grande marcha. Anarquistas e comunistas e sindicalistas organizados na
Frente Única Antifascista tomaram a praça e expulsaram os fascistas. O episódio
ficou conhecido como “Revoada dos galinhas-verdes”, em alusão à cor dos uniformes
dos integralistas.
Não chegamos a esse ponto. Vários
partidos e organizações populares estão preparando uma resposta à ofensiva da
direita nas manifestações populares que tomam o País. A mais ampla unidade dos
setores da esquerda é muito importante. Mas não há ameaça fascista grave o
suficiente para justificar uma frente em torno somente do combate a ela.
Também não podemos adotar
como eixo de unidade a defesa dos governos. Não aceitamos golpes contra
governantes eleitos, mas foram suas políticas, alianças e prioridades que
provocaram a justa ira popular. Não negociamos com quem autoriza o uso e abuso da
violência policial. Não apenas contra manifestantes. A repressão que
se abate diariamente sobre a população pobre conta com a ação e a omissão
governamental.
Uma frente de esquerda e de
luta não pode ter como objetivo sentar à mesa com quem ignora os movimentos
sociais há anos. Deve colocar suas exigências na rua. E delas devem constar a
Reforma Agrária imediata; Reforma Urbana, incluindo transporte coletivo,
público e gratuito; extinção da Polícia Militar; fim do superávit primário:
mais gastos sociais, com dinheiro público apenas para serviços públicos, entre
outras.
Por enquanto, seremos capazes
de espantar algumas galinhas. Mas ajudaria se alguns governantes parassem de
cacarejar e ciscar nos terreiros da direita.
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ameaçam tomar conta da festa
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