O recuo no reajuste das
passagens dos transportes públicos é uma grande vitória popular. O maior mérito
é do Movimento pelo Passe Livre (MPL), mas todas e todos que foram às ruas merecem
comemorar. Dito isto, sobram muitos desafios e dúvidas aos que se dedicam à
organização das lutas populares.
A decisão não foi o
atendimento a um “clamor” popular. É uma tentativa de acalmar a ira do povo. Se
conseguirão, ou em que medida conseguirão, é o que veremos nos próximos dias. E
isto será fundamental no balanço destes 10 dias que abalaram as cidades
brasileiras. Se as mobilizações continuarem, mas com menor força, a violência
policial pode voltar com tudo. O nível de organização do movimento será capaz
de resistir?
O problema não é somente a
elevada dose de espontaneísmo das manifestações. Muitos dos milhões de pessoas que
foram às ruas pelas Diretas e contra Collor também aderiram de forma espontânea.
Mas ainda vivíamos um período de intensa mobilização popular iniciada pelas
greves operárias do final dos anos 1970. Alguns partidos, sindicatos e várias entidades
populares eram respeitados como instrumentos de luta.
Os atuais protestos, ao
contrário, acontecem diante da justa descrença nas entidades populares em geral.
O desafio é recolocá-las na luta ou construir novos instrumentos de combate. O valoroso
MPL não pode ficar solitário.
Os acontecimentos do futuro próximo
mostrarão se iniciamos um novo período de grandes lutas. Se, finalmente, os
explorados e oprimidos estão dispostos a matar sua sede de justiça social. Ou se
voltarão ao deserto conformista.
Enquanto isso, brindemos a
esse breve momento de vitória. Parabéns, porra!
Leia também: Uma festa com penetras
perigosos
Parabéns mesmo, porra!!!! Abraços
ResponderExcluirGostei do desabafo do título. Agora, muito que aprender e penssar. Bjs.
ResponderExcluirSó não me agrada muito é um sectarismo "às avessas" com verdadeira proibição de bandeiras de partidos como o PSTU e PSOL. São os partidos entidades da sociedade também e temo uma guinada conservadora nisso tudo...
ResponderExcluirÉ, Maurão. Os sinais não são nada bons. Acho que vem uma ressaca brava por aí!
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