Doses maiores

8 de junho de 2015

Números do racismo brasileiro

Com metade da população, negros são só 18% em cargos de destaque no Brasil”, diz matéria da Folha publicada em 08/06.

Os principais dados:

Sexta-feira, 19h, entrada da PUC-SP. Em 30 minutos, 356 brancos, 75 pardos, 16 amarelos e seis negros.

Sábado, 14h45, entrada do hospital Sírio-Libanês. Passam pela catraca 169 brancos, 14 pardos, seis amarelos e seis pretos. Destes últimos, um é segurança.

Domingo, São Paulo, 13h20, praça de alimentação do luxuoso shopping Iguatemi. Almoçam no local 137 pessoas brancas, sete pardas e três amarelas. Nenhum negro.

Entre os presidentes das 20 maiores empresas do país, apenas Marcelo Odebrecht se considera pardo.

Dos 513 deputados federais, 80% são brancos. No Superior Tribunal de Justiça, 25 dos 29 ministros são brancos. Apenas um se considera negro. Todos os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal são brancos.

As cinco novelas inéditas em exibição na TV aberta têm apenas 15% de atores negros.

Mais números. Desta vez, de estudo do Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade.

Em 2013, os negros que terminaram a faculdade ganhavam, em média, 28% menos que os brancos na mesma situação. Advogados negros ganham 27% menos que os brancos; engenheiros, 20%; médicos, 13%. Médicas negras ganhavam cerca de R$ 2 mil a menos que os outros colegas. Juízas, idem.

Patrões negros ganham 25% menos.

O “Mapa do Encarceramento – Os jovens do Brasil”, lançado recentemente pelo governo federal mostra que a população carcerária chegou a 515,4 mil presos em 2012, crescendo 74% desde 2005. Os detidos com idade entre 18 e 29 anos representam 54,8%. Destes, os negros representam 60,8% do total.

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