Doses maiores

29 de junho de 2015

Se a luta de classes não vai a Maomé...

Em resposta a ações atribuídas a terroristas muçulmanos na Tunísia, Kuwait e França, Estados Unidos, Inglaterra e França elevam alerta contra o terrorismo, dizem os jornais.

Prepara-se nova onda de medidas para endurecer a repressão e aumentar a vigilância estatais. Seus alvos são tanto as populações muçulmanas, como os movimentos anticapitalistas. Ambos cada vez mais tratados como terroristas. 

O pretexto que tenta legitimar tais ações é “o combate ao terrorismo”. A verdade por trás da intenção é mais terror por parte de países imperialistas, como Estados Unidos e Inglaterra, e seus satélites, como Israel e Arábia Saudita.

A resposta das forças populares anti-imperialistas e da esquerda em geral deve partir do princípio que Reza Aslan defendeu em seu
livro “No god but God”. Nesta obra, o autor diz que não há um choque entre Ocidente e Islamismo. Ao contrário, é dentro do Islã que a batalha decisiva vem sendo travada.

De um lado, aqueles que distorcem a fé islâmica para manter no poder minorias tirânicas e aliadas do imperialismo. De outro, forças que lutam para derrotar a minoria fanática do islamismo que fornece os pretextos que a ordem capitalista utiliza para espalhar seu terror.

As armas desta batalha podem ser os fuzis, como na resistência curda ao Estado Islâmico. Mas, na maioria dos casos, é a luta política e social que pode ser decisiva. E as forças islâmicas anticapitalistas são as únicas capazes de derrotar o fanatismo muçulmano, jamais o fundamentalismo imperialista.

Ou seja, se a luta de classes não vai a Maomé, Maomé precisa ir à luta de classes.

Leia também:
As origens igualitárias da fé muçulmana


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