Doses maiores

10 de dezembro de 2015

A COP-21 e seus patrocinadores sujos

O grande objetivo da 21ª Convenção da ONU sobre Mudança Climática (COP-21) é reduzir o ritmo de aumento da temperatura média global diminuindo a emissão dos gases resultantes da atividade industrial.

Os primeiros países a fazer isso deveriam ser os altamente poluentes. Pelo menos, é o que ficou determinado na Eco-92, no Rio de Janeiro. Mas nenhum deles cumpriu suas metas de redução.

Agora, os países altamente industrializados estão dizendo que o mundo mudou muito desde 1992. Países como Brasil, Índia, China também se tornaram grandes poluidores. Deveriam ser responsabilizados na mesma medida.

O que ninguém diz é que grande parte dos lucros resultantes dessa industrialização tardia continua a beneficiar os grandes poluidores desde sempre. Eles exportaram a poluição para longe de seus territórios, mas continuam recebendo seus benefícios através de suas multinacionais.

Os governos em geral dizem que reduzir a atividade industrial causaria desemprego e sofrimento econômico. Pode ser, mas, o maior temor mesmo é diminuir os lucros dos que financiam a eleição de praticamente todos os participantes da COP 21.

Também foi aprovado em 1992 a ajuda financeira dos países industrializados para a redução de emissões nos países menos poluidores. Mas poucos recursos chegaram a estes últimos. E o maior debate da COP-21 continua sendo sobre financiamento.

Nem tudo é polêmica, porém. Quem vai pagar mais no combate à crise climática, não se sabe. Mas é fácil descobrir quem financia a própria crise climática. A começar pela COP-21. EDF, Renault, Air France, BNP Paribas, entre outras grandes empresas produtoras e consumidoras de petróleo e carvão, são os principais patrocinadores do evento.

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