Publicada em abril de 2014, a pílula Escolas
públicas, só para minorias disciplinadas tinha como tema um estudo da Fundação Lemann que atribuía grande
parte dos problemas do sistema escolar nacional à indisciplina reinante entre a
maioria dos alunos.
Segundo aquela pesquisa, a escola pública
estaria muito bem se a grande maioria de seus alunos não atrapalhasse. Mas, na
verdade, dizia o texto, é exatamente o comportamento dessa maioria que atesta a
falência do modelo educacional moderno, inspirado em quartéis, mosteiros e
hospícios.
Afirmava, ainda, que a saída para
esta situação viria da rebeldia que o próprio sistema provoca. Não a revolta
cega, mas aquela que liberta a criatividade necessária a qualquer verdadeiro
processo de aprendizado.
Desde o início de novembro passado, os
estudantes da rede pública estadual de São Paulo vêm ocupando suas escolas. O
objetivo imediato era impedir o fechamento de 93 unidades programado pelo
governo Alckmin. Mas o número de escolas ocupadas já chega a quase 200.
Diante do ataque a suas comunidades
escolares, os estudantes se descobrem questionadores de um modelo educacional
autoritário. Inventam atividades didáticas, organizam debates, descobrem
material e equipamentos abandonados e mofando em salas trancadas.
Em resposta, o governo tucano utiliza
a violência policial, única política que conhece para os mais pobres.
Infelizmente, é provável que essa saudável
onda de rebeldia seja esmagada pela truculência policial combinada às mentiras
e traições em que se especializou a política institucional. Mas, mais uma vez,
nossas escolas públicas terão provado que podem superar os limites que o poder tenta
lhes impor e podem educar para a liberdade.
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Acho que fazia muito tempo em que não víamos as escolas educando para liberdade. Valeu!
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