A COP 21 foi encerrada sob o aplauso de seus
participantes e da grande mídia. Nada mais enganoso.
O estadunidense James Hansen é considerado o pai dos
alertas sobre as mudanças climáticas. Já em 1988, na condição de cientista da
Nasa, ele já defendia a necessidade de reduzir radicalmente a poluição do ar.
Quase 40 anos depois, Hansen considerou as negociações de Paris “uma fraude”.
A jornalista e ativista canadense Naomi Klein afirmou que
as manifestações de protesto na capital francesa, fechando “ao tráfego uma rua
cheia de lojas em um sábado à tarde antes do Natal, fez mais pela redução das
emissões” de gases poluentes do que os participantes da Conferência.
Cabe destacar ainda algumas considerações feitas pelo
ambientalista britânico George Monbiot em seu texto “Aquecimento global: um
estranho evento em Paris“:
A
Cúpula do Clima foi, ao mesmo tempo, avanço e desastre. Formou-se consenso
inédito sobre gravidade da ameaça. Mas lobbies bloquearam as medidas
indispensáveis para enfrentá-la. Comparado com aquilo que poderia ter sido, é
um milagre. Comparado com o que deveria ter sido, é um desastre.
(...)
A
extração de combustíveis fósseis é um fato duro. Mas não faltam fatos suaves ao
acordo de Paris: promessas escorregadias e que podem ser desfeitas. Até que
resolvam manter os combustíveis no solo, os governos continuarão a sabotar o
acordo que acabam de fazer.
Por fim, Monbiot não mede as palavras: “...deixe que os
delegados se congratulem por um acordo melhor do que poderia ser esperado. E
que o temperem com um pedido de desculpas a todos aqueles a quem a conferência
irá trair”.
Leia também: A COP-21 e seus patrocinadores sujos
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