Doses maiores

3 de novembro de 2016

Os mortos que oprimem os socialistas combativos

Em 28/10, o professor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Aldo Fornazieri, publicou artigo no Jornal GGN sobre os resultados das eleições municipais. Seguem dois trechos:

A maior ilusão do PT consiste em alimentar a crença de que um possível fracasso do governo Temer poderá significar a sua ressurreição em 2018. Muitos petistas não se deram conta do que aconteceu com o partido: ele é odiado, rejeitado pelas pessoas em geral e por parcela grande de trabalhadores e classes médias. A recuperação do PT demandará anos.

(...)

A grande ilusão do PSOL é a de que ele poderá ocupar o espaço e a importância que o PT teve. Ocorre que o processo de ascensão do PT se deveu à combinação de uma série de singularidades, ocasiões, circunstâncias, capacidades e lideranças, força política e social e virtuosidades que dificilmente se repetirá na história. O lugar que cada ator pretende ocupar no espaço político não depende apenas da vontade, mas da ocorrência dessas singularidades.

A citação acima poderia lembrar à brava e dedicada militância do PSOL a famosa frase do “18 Brumário”, de Karl Marx: “Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem segundo a sua livre vontade...”

Já o primeiro trecho, poderia levar os petistas ainda combativos a recordar outra passagem daquela mesma obra de Marx, segundo a qual a “tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos”.

De fato, tanto uns como outros precisam sepultar os muitos cadáveres que deixaram acumular nas últimas décadas e pelos quais desenvolveram uma doentia afeição.


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