Bilhões
são gastos por governos, corporações e investidores no treino de algoritmos de
computadores (...) na atual e insana corrida para criar as chamadas
inteligências “artificiais”, largamente anunciadas como “AI”. Enquanto isso, o
treinamento de nossas crianças e seus cérebros (já superiores aos algoritmos de
computador) é subfinanciado. As escolas estão dilapidadas, instaladas em
condições precárias, frequentemente em áreas poluídas enquanto os professores
são mal pagos e precisam de maior respeito. Como nossas prioridades tornaram-se
tão enviesadas?
Na
realidade, não há nada de artificial nos algoritmos ou sua inteligência: o
termo AI é uma mistificação! O termo que descreve a realidade é “Aprendizado de
máquina treinadas por humanos”, na atual e insana luta para treinar estes
algoritmos a mimetizar inteligência humana e funcionamento cerebral.
O trecho acima é de
Hazel Henderson, fundadora da empresa Ethical Markets Media, em artigo publicado no portal Outras Palavras.
Segundo ela, é urgente
“enfrentar o uso desumano de seres humanos, que emprega nossas habilidades,
adquiridas com esforço, para treinar algoritmos que depois nos substituem”. São
técnicas, afirma, que forçam desempregados e sobreviver na “economia de bicos”.
Ou seja, no trabalho precarizado, largamente disseminado por empresas como a Uber.
Diante disso tudo, Hazel
propõe ampliar o “habeas corpus”, instrumento jurídico criado em 1215 na
Inglaterra. Mais do que dispor de nossos próprios corpos, precisaríamos
garantir também a posse de nossos cérebros e de toda a informação que geramos. Seria
um “habeas corpus de informação”.
A proposta faz todo o
sentido. Mas o que dizer dos muitos lugares no mundo em que nem mesmo o habeas
corpus criado no século 13 é respeitado?
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