Em
seu livro “A
Pátria Educadora em Colapso”, Renato
Janine Ribeiro
narra seus poucos
meses como Ministro da Educação de Dilma Roussef.
Em
setembro de 2015, ele
afirma ter recebido
alguns deputados
que diziam representar a bancada católica. Queriam
banir a educação sexual das escolas. As aulas deveriam se limitar
ao funcionamento dos órgãos reprodutores. “Só a biologia!”,
resumiu um deles.
Em
matéria publicada pelo El País,
em 04/12/2018, Felipe
Betim descreve alguns
momentos
do
4º Congresso Nacional
do
Movimento Brasil
Livre
(MBL), realizado
na capital paulista.
Falando
para quase
mil
pessoas, um dos dirigentes da
organização conservadora
reivindicou
o caráter “rebelde”
do movimento, afirmando que ao
falar
“da biologia, que existe homem e mulher, e não 50 gêneros,
estamos sendo subversivos”.
Num
e noutro momento,
a tentativa de reduzir a vida social a
seu nível biológico.
Comportamentos
históricos seriam produto de
determinações puramente naturais.
A
esse reducionismo, o marxista estadunidense Fredric Jameson respondeu
no artigo "La política de la utopía", publicado na
edição da “New Left Review”
de janeiro de 2004,
do
seguinte modo:
...dado que a natureza humana é
histórica e não natural, dado que é um produto de seres humanos e
não é inatamente registrada em genes ou em DNA, os seres humanos
podem mudá-lo, isto é, não é uma condenação ou um destino, mas,
ao contrário, o resultado da práxis humana.
A
tentativa de “biologizar” a vida social, criando
hierarquias congênitas, é
certamente um dos traços
genéticos do fascismo.
Mesmo que nos
casos acima ele
ainda apresente
caráter recessivo,
cabe à práxis
socialista
e libertária impedir que
se torne
socialmente dominante.
Leia
também: O
animal cordial à solta nas ruas
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