Doses maiores

23 de agosto de 2019

O que queimam as queimadas?

Em 08/08/2019, latifundiários do sudoeste do Pará anunciaram o “Dia do Fogo”. Dias depois, queimadas começaram a arrasar a floresta amazônica.

Em 25/08/2025, o presidente brasileiro recebe um ultimato: se não cessar o "desmatamento destrutivo" em uma semana, os Estados Unidos iniciarão uma intervenção militar para destruir a infraestrutura estratégica brasileira.

Esse último é um cenário fictício, claro. Está num artigo publicado pelo professor de Relações Internacionais de Harvard, Stephen M. Walt. Mais detalhes estão na reportagem publicada pelo portal da BBC-Brasil.

O objetivo de Walt é discutir a seguinte questão:

Os países têm direito - ou até obrigação - de intervir numa nação estrangeira para impedi-la de causar dano irreversível e potencialmente catastrófico ao meio ambiente?

Ele mesmo admite que se isso fosse possível, o Brasil nem seria candidato a sofrer a primeira intervenção. Estados Unidos e China, por exemplo, emitem muito mais gases poluentes que nós.

Além disso, diz Walt, não somos uma grande potência. Não seria necessário poder militar “para destruir a infraestrutura estratégica brasileira”. Bastariam sanções econômicas.

No mundo real, o presidente francês já deu alguns avisos. Como a França não é conhecida por seu grande poderio bélico, mais provável que Macron proponha retaliações econômicas contra nós.

Trump ainda não se pronunciou. Até porque queimar florestas não preocupa quem não acredita em aquecimento global.

E nada disso deve estar aborrecendo muito Bolsonaro. É mais uma crise a alimentar seu modo de governar.

O grande empresariado é que deveria estar preocupado com a possível perda de mercado internacional. Talvez sim, talvez não. Afinal, não são eles que sofrerão com mais desemprego e pobreza.

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