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24 de maio de 2023

Como combater as fake news: a ciência segundo o Nobel

Dizem que uma forma eficiente de combater notícias falsas é apelar para as certezas científicas. Será? Uma das referências mundiais nesse quesito é o Prêmio Nobel.

O alemão Fritz Haber recebeu o Nobel de Química em 1918. O problema é que o laureado desempenhou papel importante no primeiro ataque de gás em larga escala na Primeira Guerra Mundial. Foi na Bélgica, em 1915, resultando na morte de cinco mil soldados.

Em 1926, o dinamarquês Johannes Fibiger recebeu o Prêmio de Medicina após afirmar que uma lombriga causava câncer em ratos. Mais tarde, ficou claro que não havia qualquer relação entre os vermes e a doença dos roedores.

Outro prêmio foi para o químico suíço Paul Müller. Em 1948, ele defendeu o uso do pesticida DDT no cultivo de alimentos. A partir dos anos 1970, o produto seria proibido em grande parte do mundo por envenenar o meio ambiente.

O médico português António Egas Moniz foi premiado em 1949 por defender a lobotomia como tratamento para transtornos mentais. Trata-se de mutilar ou retirar os lobos frontais do cérebro. Técnica que causa graves lesões cerebrais.

Mahatma Gandhi foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz cinco vezes, sem sucesso. Já, o presidente Barack Obama conquistou o seu em 2009. Ocorre que sua administração conseguiu travar mais guerras do que a de seu antecessor, o nada pacífico George Bush.

Por fim, é sempre bom lembrar que o cobiçado prêmio foi instituído por Alfred Nobel, um homem que enriqueceu com o patenteamento de mais de 300 tipos de explosivos. Entre eles, a dinamite.

Voltaremos a estas questões.

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3 comentários:

  1. Sergio, o primeiro parágrafo fala em notícias falsas X cientificidade, depois apresenta um conjunto de "notáveis" que foram cientistas cheios de maldade, me pareceu mais uma exemplificação de condutas científicas deploráveis. Entendeu? Não entendi onde se encaixa essa confrontação do primeiro parágrafo. Ha tá, sim, os cientistas nem sempre estiveram alinhados a práticas éticas desejáveis.

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    1. Marião, a ideia inicial é mostrar que a ciência também tem contradições que impedem que ela por si só possa ser usada como arma definitiva para enfrentar as fake news. Mas vou tentar deixar isso mais claro em uma próxima pílula. Valeu!

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