“Lula chama de 'sacanagem' modelo de privatização da Eletrobras”, diz título de reportagem da Folha, de 11/05/2023.
Privatização é quase sempre uma sacanagem. Mas nesse caso, capricharam. O “governo ficou com 43% das ações da Eletrobrás, mas no conselho só tem direito a 1 voto”, explica Lula.
Os especialistas dizem que esse arranjo vem se tornando comum na “governança empresarial”. Ele impediria que o controle das empresas fique com quem possui o maior número de ações. No lugar disso, os acionistas minoritários escolhem entre si uma espécie de comitê diretor para gerir os negócios.
Seria uma forma de dar mais poder aos acionistas minoritários e, no caso de estatais, impedir seu uso político, incluindo o perigo de tornar-se cabide de emprego e fonte de corrupção.
Pode até ser. Mas a possibilidade de abrigar corruptos e apadrinhados políticos foi trocada pela certeza de colocar a estatal a serviço dos tubarões do mercado e pilantras da especulação. Isso para não falar que uma estatal nacional de energia elétrica é estratégica demais para ter como principal missão servir de fonte de lucros para acionistas privados. Essa gente para quem rentabilidade é sinônimo de cortes d
e custos não pretende investir na ampliação da rede elétrica ou em formas de energia ambiental e socialmente sustentáveis.
Afinal, no caso da Eletrobrás, recaiu sobre o fundo 3G Radar a função de dirigir a estatal. E quem controla a 3G Radar? Nada menos que Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. O mesmo trio acusado de ser responsável pelo rombo na rede varejista Americanas.
Sacanagem e das grandes!
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