A antropologia anarquista reúne um conjunto de pesquisas científicas e teorias antropológicas que, por um lado, tem ligações com as teses anarquistas e, por outro lado, implementam os princípios explicativos relevantes ao pensamento anti-autoritário...
A definição acima pode ser encontrada na Wikipedia. Uma das referências dessa corrente acadêmica e política é Alfredo González-Ruibal, do Instituto de Ciências do Patrimônio, da Espanha.
Mas o trabalho dele concentra-se na arqueologia do passado contemporâneo. Mais especificamente, nos aspectos mais obscuros dos séculos 20 e 21, envolvendo guerras, colonialismo, totalitarismo, entre outros. Muitos restos mortais foram exumados nos últimos anos por arqueólogos e antropólogos dessa área de conhecimento.
Um dos livros de González-Ruibal é “Uma arqueologia da era contemporânea”, ainda sem edição brasileira. Nele, o autor cita lugares como o parque de La Carcavilla em Palência, Espanha. Até 2011, o lugar era apenas um parque infantil. Graças a escavações arqueológicas descobriu-se que foi usado para enterrar mais de 500 pessoas executadas pelos franquistas, durante a Guerra Civil Espanhola.
Este, no entanto, é apenas um exemplo desse importante trabalho que procura literalmente desenterrar evidências e provas. Indícios de crimes que estavam destinados a ficar, de novo literalmente, soterrados sob o negacionismo de ditaduras e regimes fascistas.
Trata-se, segundo o autor, de resgatar memórias dos crimes contra humanidade. Isso significa, diz ele:
...que, na ausência de material de arquivo e com memórias evanescentes, a arqueologia terá um papel cada vez mais importante na revelação das atrocidades coloniais. Casos como campos de concentração e extermínio, centros clandestinos de detenção e valas comuns.
Voltaremos com mais informações sobre essa importante frente da luta antifascista.
Leia também: Doi-Codi: escavando as trevas
Acho que está introduzindo o assunto do DOI-CODI. Por questões pessoais não pude acompanhar a leitura diária que faço das Pílulas, vamos ler as seguintes.
ResponderExcluirNa verdade, o assunto do Doi-Codi é que introduziu a antropologia/arqueologia anarquista e o livro do González-Ruibal.
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