Doses maiores

17 de agosto de 2023

Apagão e Eletrobrás: o petróleo é deles

“Os dados são o novo petróleo do mundo”. Esta frase ficou famosa alguns anos atrás. Refere-se às informações que a grande maioria de nós fornece à internete diariamente. Quase sempre por obrigação profissional e para ter acesso a muitos serviços essenciais.

Longe de serem meros elementos de intermediação, os dados cibernéticos transformaram-se em instrumentos que, entre outras coisas, aceleram a troca de mercadorias, localizam e cativam o público consumidor, distorcem o debate político, fomentam o fanatismo conservador e fizeram surgir novos e ainda mais poderosos monopólios.

Mas como mostrou o recente apagão da Eletrobrás, esse intenso fluxo de informações que viaja na velocidade da luz empaca se faltar energia elétrica. A leveza e agilidade dos elétrons e partículas subatômicas dependem de imensas redes, pesados cabos, grandes torres, enormes bobinas, hélices monstruosas e turbinas gigantes.

Ou seja, sem o “petróleo” da eletricidade, o motor dos dados fica parado. Os donos do grande capital sabem disso. Não à toa, no Brasil, se apoderaram do controle acionário da Eletrobrás na criminosa privatização promovida durante o governo Bolsonaro.

Na verdade, o que foi feito, sem muito alarde, equivale à privatização de uma Petrobrás. Para piorar, a gestão da estatal foi entregue ao fundo 3G Radar, pertencente a nada mais, nada menos que Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. O mesmo trio acusado de ser responsável pelo rombo na rede varejista Americanas.

A gestão de uma empresa altamente estratégica para o País submetida aos caprichos de especuladores que não têm outro objetivo que não seja aumentar seus próprios lucros. Esse “petróleo”, por enquanto, é deles. Dos canalhas.

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