O hip-hop nasceu da resistência à discriminação social, racismo, violência policial, falta de direitos básicos. Seus criadores eram negros, porto-riquenhos, jamaicanos e outros setores marginalizados da população estadunidense.
Esse caráter combativo está explícito na letra dos melhores raps, mas não apenas neles.
Jovens pobres criaram o grafite para mostrar que tinham ocupado com sua arte os territórios em que foram abandonados para morrer.
Os movimentos quebrados do break recusam o corpo domesticado que a disciplina autoritária da fábrica, do quartel e das escolas tenta impor.
O DJ dá vida nova a sons que permaneceriam sepultados no vinil se dependesse da reprodução gangrenada da indústria fonográfica.
O hip-hop nasceu para alegrar, mas pegou raiva quando seus adeptos passaram a ter seus bailes interrompidos pela polícia e proibidos pelas autoridades.
Teve seu ódio despertado pela violência com que suas cores, gestos, roupas, jeitos de cantar e dançar foram tratados.
Mas o hip-hop olha para a luz cada vez que tira crianças e jovens da ignorância e da ira sem direção. Quando mostra quais são seus verdadeiros inimigos e os acolhe num abraço firme de combatente.
Tudo isso fez do hip-hop uma cultura de resistência e luta, que tem no Estado um de seus maiores inimigos e no mercado uma força que procura amansá-lo.
Por isso, o hip-hop não precisa que o Estado o reconheça como movimento cultural, como quer um projeto de lei. Também não pode ser reduzido a uma ocupação profissional, como pretende outra proposta legislativa. Ambas no Congresso Nacional. As duas exigem uma resposta firme do hip-hop coerente com suas origens.
Não à pacificação do hip-hop!
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ué... meu 1º coments sumiu. mas vamolá:
ResponderExcluir"Também acho isso, cultura é algo q se faz, ninguém precisa de reconhecimento e ponto. Depois a outra PL fala de profissão e diploma de "verdadeiro" Hip Hop - pelamordedeus! são us caça-voto jogando ilusão nas criança...
Poeta Xandu [ZineZeroZero]
É isso aí, Xandu!
ResponderExcluirValeu o comenta´rio!
Mano aqui na boa o texto é até bem intensionado mas não da pra colocar porto riquenhos e jamaicanos como se não fossem negros ou de uma raça diferente, ta ligado... A informação tem que ser passada mas é preciso antes de tudo ser exata ou o mais proximo disso... Prettu Junior
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTá certo, o texto poderia ter dito "afro-americanos, porto-riquenhos, jamaicanos...". Mas, em primeiro lugar, não gosto muito de "afro-americanos". Parece uma coisa meio intermediária. Além disso, em geral, porto-riquenhos não são considerados negros apesar de serem desprezados tanto quanto eles por serem considerados "não brancos". Valeu o toque, Prettu. Acho que faz todo o sentido. Mas espero que o essencial do texto ainda ajude na luta.
ResponderExcluirAbraço!