Doses maiores

17 de janeiro de 2014

Um livro muçulmano contra a intolerância

Reza Aslan é o autor do best-seller “Zelota, a vida e a época de Jesus de Nazaré”. Iraniano radicado nos Estados Unidos, seu livro foi atacado por conservadores cristãos que não admitiam que um muçulmano escrevesse uma biografia de seu messias.

Mas antes de “Zelota”, Aslan escreveu “No god but God”, ainda sem tradução para o português. Neste caso, não houve escândalos, pois o autor escreveu uma história de sua própria fé. Mas o livro pode surpreender quem está acostumado aos preconceitos com que o islamismo é tratado pela grande imprensa ocidental.

O termo “fundamentalismo”, por exemplo, surgiu para descrever comunidades cristãs fanáticas dos Estados Unidos no início do século 20. Gente que considerava a modernização e a secularização da sociedade ameaças a seus princípios religiosos. Entre os muçulmanos eles também existem e também são minoria. Mas os jornais insistem em tratá-los como representantes da maioria.

“Guerra Santa” era como os cavaleiros cruzados cristãos chamavam suas expedições militares, sangrentas contra os povos árabes. Por trás da pretensa defesa de sua fé, estava a disputa por rotas comerciais e territórios. Hoje, a imprensa mundial atribui esse significado à palavra árabe “Jihad”. Na verdade, Jihad quer dizer “luta” ou “perseverança”, podendo assumir caráter militar, mas não necessariamente.

Não é preciso concordar com todas as conclusões a que o autor chega para descobrir na obra uma valiosa fonte de informações. Uma contribuição importante para desmontar o clima de intolerância criado em relação a uma fé que reúne um quarto da população mundial.

Voltaremos a comentar outros trechos desse livro sobre a tolerância islâmica.

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