Reza Aslan é o autor do
best-seller “Zelota, a vida e a época de Jesus de Nazaré”. Iraniano radicado
nos Estados Unidos, seu livro foi atacado por conservadores cristãos que não
admitiam que um muçulmano escrevesse uma biografia de seu messias.
Mas antes de “Zelota”, Aslan
escreveu “No god but God”, ainda sem tradução para o português. Neste caso,
não houve escândalos, pois o autor escreveu uma história de sua própria fé. Mas
o livro pode surpreender quem está acostumado aos preconceitos com que o
islamismo é tratado pela grande imprensa ocidental.
O termo “fundamentalismo”,
por exemplo, surgiu para descrever comunidades cristãs fanáticas dos Estados
Unidos no início do século 20. Gente que considerava a modernização e a
secularização da sociedade ameaças a seus princípios religiosos. Entre os
muçulmanos eles também existem e também são minoria. Mas os jornais insistem em
tratá-los como representantes da maioria.
“Guerra Santa” era como os
cavaleiros cruzados cristãos chamavam suas expedições militares, sangrentas
contra os povos árabes. Por trás da pretensa defesa de sua fé, estava a disputa
por rotas comerciais e territórios. Hoje, a imprensa mundial atribui esse significado
à palavra árabe “Jihad”. Na verdade, Jihad quer dizer “luta” ou “perseverança”,
podendo assumir caráter militar, mas não necessariamente.
Não é preciso concordar com todas
as conclusões a que o autor chega para descobrir na obra uma valiosa fonte de
informações. Uma contribuição importante para desmontar o clima de intolerância
criado em relação a uma fé que reúne um quarto da população mundial.
Voltaremos a comentar outros
trechos desse livro sobre a tolerância islâmica.
Leia também: Jesus
e seu irmão, uma dupla radical
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