Dizem que foi a deputada petista Erika Kokay que criou a expressão “Bancada BBB:
Bíblia, Boi e Bala”. A expressão se refere à aliança entre deputados federais religiosos,
ruralistas e defensores de soluções violentas para as questões sociais.
Somados, os BBB representam uns 40% dos votos da Câmara, segundo o Departamento
Intersindical de Assessoria Parlamentar. Mas podem ampliar sua influência
facilmente junto a outros deputados.
Um exemplo de BBB é Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em sua pretensa condição de
representante dos evangélicos, ele procura favorecer propostas como a
criminalização total do aborto e inviabilizar qualquer discussão sobre
legalização das drogas ou combate à homofobia.
Por outro lado, foi ele que desengavetou o projeto de liberação total para a
terceirização, atraindo o apoio do conjunto de parlamentares cuja prioridade é defender
os interesses empresariais.
Ou seja, para muito além de quaisquer particularidades religiosas ou setoriais,
a bancada BBB tem opções de classe bem definidas. Seu objetivo
é aprovar não apenas propostas conservadoras envolvendo direitos humanos e
o agronegócio. Também é defender os interesses gerais do grande capital.
Retomando Eduardo Cunha como exemplo, antes assumir a presidência da Câmara, ele já
havia se destacado por sua atuação como representante
das operadoras de telefonia, liderando a oposição à aprovação do Marco Civil da
Internete, um ano atrás.
Portanto, também a grande mídia desfruta do auxílio generoso dos BBBs. E estes contam
com a tolerância dos monopólios de comunicação. Trata-se de uma poderosa
aliança à qual só os trabalhadores precisam responder com a unidade de suas lutas.
E, claro, com as armas de nossa mídia contra-hegemônica.
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