A luta por reformas era uma bandeira de esquerda até o
começo dos anos 1990. Reforma agrária para democratizar a propriedade da terra.
Tributária, para fazer os muito ricos finalmente pagarem impostos no Brasil. Educacional,
para universalizar educação de qualidade. Estas e muitas outras eram as
reformas populares.
Desde que o neoliberalismo chegou ao poder, defender reformas
virou sinônimo de destruir conquistas e direitos populares. O resultado foi
mais concentração fundiária, ampliação da injustiça fiscal, mercantilização da
educação e restrição e revogação generalizada de direitos, entre outras mazelas.
Antes de chegar ao governo do País, o PT era um grande
defensor das reformas populares. Uma vez eleito, a única grande reforma que o
partido fez foi na Previdência Social, da pior maneira possível. Restringiu
direitos dos servidores e liberou o setor público à especulação do mercado
segurador.
Essa trajetória chegou ao auge no ano de 2015, quando o
governo petista conseguiu a proeza de não emitir um único decreto de desapropriação
de terras para a reforma agrária.
Mal começa 2016 e Dilma fala em nova reforma da
previdência. Mas a disposição para fazer uma reforma trabalhista ao gosto dos
patrões também aparece com frequência em pronunciamentos do governo petista.
O PT jamais foi um partido revolucionário. Mas, durante
algum tempo, seu reformismo conseguiu alimentar lutas radicais e arrancar conquistas
importantes porque tinha como horizonte a necessidade de fazer grandes
transformações.
No entanto, bastou enveredar de vez pelo caminho
eleitoral para que o PT abandonasse qualquer expectativa de ruptura radical e passasse
a implementar o mais conservador dos reformismos. O reformismo neoliberal.
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entre o terror e o terror
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