Hora de encerrar as pílulas sobre o livro “Capitalismo
e Social Democracia”, de Adam Przeworski. Mas voltaremos à obra. Há outros
elementos importantes que ainda merecem atenção. Por enquanto, fiquemos com algumas
de suas afirmações sobre o socialismo:
Se o socialismo consiste em pleno
emprego, igualdade e eficiência, então os socialdemocratas suecos estão
razoavelmente perto de alcançá-lo.
O socialismo não é um movimento pelo
pleno emprego, mas pela abolição da escravidão salarial. Não é um movimento
pela eficiência, mas pela racionalidade coletiva. Não é um movimento pela
igualdade, mas pela liberdade.
A abolição do capitalismo é uma
necessidade não porque assim determinam as leis da História, ou porque, de
alguma forma, o socialismo é superior a ele (...), mas apenas porque nos impede
de nos tornar tudo o que poderíamos ser se fôssemos livres.
A democracia socialista não é algo
que possa ser encontrada nos parlamentos, fábricas ou famílias: não é
simplesmente uma democratização das instituições capitalistas. Liberdade
significa desinstitucionalização...
O socialismo será possível apenas
quando tornar-se mais uma vez um movimento social e não apenas algo de natureza
econômica (...). A luta para melhorar o capitalismo é mais essencial que nunca.
Mas não devemos confundir esta luta com a busca pelo socialismo.
As afirmações acima são de 1985. Desde então, ruíram as
experiências ditas “socialistas” e a ofensiva neoliberal que se seguiu trouxe destruição
ambiental, guerras frequentes e cruéis, democracias blindadas e fascismos
revigorados.
Portanto, a luta por reformas continua a ser
necessária. Limitar-se ao reformismo, no entanto, significa não apenas afastar-se
do socialismo, mas fortalecer o caminho que leva à barbárie.
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