O grande segredo dos mágicos consiste em desviar a
atenção de seu público. Enquanto uma das mãos atrai os olhares dos presentes, a
outra executa o truque. Muitos políticos profissionais e a grande mídia
fazem o mesmo com enorme maestria.
Por exemplo, o governo Temer e os jornais não param de
falar sobre as reformas trabalhista e previdenciária. Todos os olhares se
voltam preocupados para essas questões.
Já a proposta de congelamento dos gastos públicos recebe
menos atenção. Afinal, quem seria contra cortar verbas públicas diante de “tanta
roubalheira”?
O problema é que cálculos do Conselho Nacional de
Secretarias Municipais de Saúde preveem perdas de R$ 654 bilhões para o SUS,
caso a proposta seja aprovada. O mesmo deve acontecer em outras áreas sociais, como Previdência e Educação.
Aí, será tarde demais quando descobrirmos que aquela bola
que sumiu no ar, na verdade está no bolso do mágico. Ou melhor, no bolso dos
que pretendem fortalecer ainda mais as empresas privadas de saúde, previdência e educação.
Outro truque: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
do IBGE mostra que 1,3 milhões de jovens entre 15 e 17 anos estão fora da
escola. "Deveriam estar no Ensino Médio", gritam os ilusionistas. Decreta-se uma Medida
Provisória para resolver o problema.
Só faltou dizer que 64% daqueles jovens já estavam fora da
escola antes de ingressarem no ensino médio. Palmas para o mágico! E também para
os que defendem uma escola pública ainda mais pobre para os pobres.
Mas ilusionismo eficiente, mesmo, é aquele que, a cada
dois anos, nos leva a apertar a tecla “Confirma” e voltar para casa.
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