Estatísticas não costumam ser muito úteis para os que travam
a luta de classes do lado dos explorados e oprimidos.
Afinal, a ideia de “assunto de estado” faz parte das
origens da palavra “estatística”. Sua função principal sempre foi a de fornecer
dados para aperfeiçoar o controle dos que dominam.
Já para os que acreditam na transformação social a
partir de baixo, a melhor “estatística” seria a que resulta da
convivência com os setores dominados.
Mas, mesmo com essas ressalvas, é importante atentar
para os dados da pesquisa “Nós e as desigualdades. Percepções sobre
desigualdades no Brasil”, realizada recentemente pela Oxfam e o Datafolha.
Algumas delas assustam mesmo os mais atentos. Para ter
uma ideia de nossa desigualdade social, uma pessoa que recebe três salários
mínimos mensais já pode ser incluída no grupo dos 10% mais ricos.
No entanto, o levantamento descobriu que quase metade
da população, acredita que para acessar aquele restrito grupo dos 10% mais
ricos, seria necessário receber R$ 20 mil mensais, ou mais de 20 salários
mínimos.
E aí entra a
disputa de hegemonia. Até existe uma percepção geral sobre a desigualdade social
brasileira. Mas ela é insuficiente por parte dos que mais sofrem com ela.
Por outro
lado, há dados positivos em relação a outros problemas. É o caso da compreensão
majoritária de que os ricos pagam pouco imposto no Brasil. A maioria também entende
que negros e mulheres recebem salários menores por serem discriminados.
Por essas e
outras, e para pensarmos em termos de disputa hegemônica, clique aqui
e leia entrevista com Rafael
Georges, coordenador do levantamento.
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