De fato, na enorme confusão
que reinou nos meses anteriores a outubro, Lênin parecia ser o único que sabia
o que fazer. Enquanto seus pares vacilavam de um lado para o outro, ele repetia
obsessivamente: “Todo poder aos sovietes”.
Lênin era como um navegador
que não perde o porto de vista, mesmo em meio à maior das tempestades.
Claro que há algum exagero
nessa avaliação. O historiador Alexander Rabinowitch, por exemplo, defende que a vitória
dos bolcheviques em outubro foi resultado da obsessão de Lênin “temperada” pela
“moderação” de seus camaradas.
Por outro lado, é impossível
negar o papel decisivo de Lênin naquele momento histórico tão fundamental para
a humanidade.
Mas Lênin não era
apenas um animal político. Sua capacidade de elaboração teórica era enorme. O que
ele jamais perdia de vista era a necessidade de colocar a teoria a serviço do grande
objetivo de sua vida: a conquista do socialismo e do comunismo. O mesmo que obcecava
Marx, de cuja obra Lênin foi um continuador genial.
Para ter uma ideia da
estatura histórica de Lênin, uma boa leitura é “Reconstruindo Lênin”, biografia
intelectual escrita pelo marxista húngaro Tamás Krausz. E nela também ficamos sabendo que o grande navegador também teve sérios momentos de incerteza. Principalmente,
quando as esperadas revoluções na Europa ocidental faltaram ao encontro com a
História.
A obra de Krausz será
tema de algumas das próximas pílulas.
Oh Sergio, boa recuperação do Lenin. O cara era muito genial mesmo. De outra forma, mas será que com a mesma importância de Marx para o socialismo? Nunca vi uma foto do Lenin "burguesa" como a que postou aqui. Bjs.
ResponderExcluirNo livro diz que pouco antes da morte de Lênin, Trotsky teria dito a ele que o considerava como um Marx do século 20. Lênin teria agradecido mas discordado, dizendo que não criou uma concepção filosófica original, como Marx, apenas procurou adaptá-la aos desafios da luta de classes de seu tempo. Mas ainda que tenha sido só isso, foi muito.
ResponderExcluirA foto é da capa da edição do livro em inglês.
O cara era bom mesmo, definiu muito bem seu papel e do Marx na história.
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