Nas últimas semanas, estouraram
rebeliões na Argélia, Catalunha, Chile, Colômbia, Equador, Haiti, Hong Kong,
Irã, Iraque e Líbano.
Os estopins variam, mas
a pólvora é fornecida pelo colapso econômico que começou em 2008 e não dá
sinais de se esgotar. Essa crise mostra que o capitalismo está mais global
do que nunca e seus piores efeitos também.
Capitais quebraram e
foram generosamente socorridos. Nada parecido aconteceu com as centenas de
milhões que ficaram sem trabalho ou que viram seus ganhos derretidos
pelas dívidas.
Para essa massa de trabalhadores
sobraram novas frustrações quanto às mais recentes promessas de prosperidade para
todos. Mesmo os “mais qualificados” se tornaram escravos de aplicativos que movimentam
bilhões diariamente e lhes rende alguns trocados por hora.
O fato é que o sistema
vive um esgotamento radical que exige soluções radicais. O capital já apresentou
as suas. Mais concentração de riqueza, violência estatal e paraestatal, injustiça
social, adoecimento generalizado, colapso ambiental...
Como consequência, tudo
faz cada vez menos sentido para a grande maioria da população do planeta. As inúmeras rebeliões
são justas, mas seu horizonte estratégico está em disputa. Por toda a parte, a
extrema direita defende os valores fortes do capital: truculência, censura, discriminações,
machismo, racismo, elitismo...
Mas a esquerda eleitoral
defende valores fracos. Insiste em preservar as mesmas instituições que estão causando
todo esse turbilhão global. Continua a buscar alianças com setores da direita que
abriram alas para suas hordas selvagens avançarem.
À crise do capital, a
esquerda precisa responder com seus valores fortes. Aqueles ligados a um anticapitalismo
de ruptura. Inclusive, do ponto de vista de ganhos eleitorais.
Continua...
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